sábado, 2 de junho de 2007

Bom senso








O bom senso é a coisa mais bem distribuída no mundo, pois cada um pensa estar tão bem suprido dele que, mesmo aqueles que dificilmente se contentam em todos os outros assuntos, não tem o hábito de desejar ter mais dele do que já têm.
René Descartes (1596-1650)
Para Josh Billings, o "bom senso é a habilidade de ver as coisas como elas realmente são, e fazer as coisas como elas deveriam ser feitas".

Certamente, há espaço para mais bom senso. As guerras, a escalada da violência, a coexistência de fome e super-safras, para mencionar alguns fatores, dão evidência contundente disso. Mas você pode suprir a lista com uma infinidade de evidências adicionais. Há bom senso nas palavras de Descartes.

Parece que a humanidade está velada, incapaz de ver as coisas como realmente são. Fazer as coisas como deveriam ser feitas então, cada vez ela se distancia mais disto.

Um sábio rei escreveu no que hoje é parte da Bíblia Sagrada há cerca de 3 mil anos: "homem tem dominado homem para seu prejuízo". - Eclesiastes 8:9.

Outro profeta e escritor bíblico reconheceu sabiamente: "Não é do homem terreno o seu caminho; não é do homem que anda o dirigir o seu passo". - Jeremias 10:23.

Por quanto tempo durará ainda tal situação insana? Há razões sólidas, baseadas nessas mesmas evidências de falta de bom senso, razões bíblicas, para crer que o alívio se aproxima rapidamente.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Um homem caído


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.:: É fácil chutar um homem caído.

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Aesop* (620 AC-560 AC)

Um homem caído é fraco, em certo sentido. Aproveitar-se da debilidade de outro para pisá-lo é uma fraqueza ainda maior. Por outro lado, é ato nobre socorrer a um semelhante que padece.

Quem hoje presta socorro, pode ser amanhã aquele que dele necessita. As relações humanas seriam muito mais suaves se mais pessoas se lembrassem disso. É interessante que a verdade das palavras de Aesop pode ser observada em cenários diferentes.

Uma nação devastada pela guerra pode ser alvo fácil de outra nação mais poderosa. Alguém que amarga o gosto do fracasso em um projeto de trabalho, ou que experimenta o dissabor do desemprego repentino, poderia facilmente ser pisado por outros em melhor situação. E não é essa a razão pela qual muitos até mesmo desistem da vida?

Assim, vemos que o ato covarde de chutar alguém caído não é desprezível apenas porque se aproveita da aparente superioridade de um sobre o outro. É repreensível também porque pode 'apagar uma mecha fumegante, esmagar uma cana quebrada'.

Refletindo sobre isso, lembro-me agora dos espetáculos em que touros são cruelmente abatidos em arenas para o deleite de expectadores sedentos de sangue. O touro é poderoso em força física, isso não se discute. Indiscutível também é a superioridade do homem sobre o animal.

Quantos "touros" humanos são abatidos todos os dias em arenas lotadas! Que situação desconfortável. Haverá quem defenda esses pequenos? Sim, haverá. É interessante que a Bíblia comenta isso no número 72 do livro dos Salmos. A leitura é deleitosa. Experimente!

Se tiver hoje oportunidade de chutar alguém caído e se sentir tentado a fazê-lo, seja porque razão for, lembre-se de que ceder a tal inclinação é cruel, é um desprezível ato de covardia. Se tiver hoje a oportunidade de chutar um inimigo caído, aproveita-a para estender-lhe a mão e ajudá-lo a se levantar.

* Aesop, legendário fabulista grego que, segundo o historiador Heródoto, teria vivido como escravo em Samos por volta do VI século AEC (Antes da Era Comum). Uma de suas mais conhecidas obras é a fábula "A Raposa e as Uvas".